terça-feira, 6 de setembro de 2011

Prólogo


“Eu amava ser desejada por ele, amava a forma que ele me olhava, amava quando ele dizia em meu ouvido, bem baixinho, que também me amava. José era o homem certo para mim, o homem na qual eu queria construir uma família, aquele que nas noites de chuvas ficava na cama abraçado comigo lendo histórias de amor.
Certa noite estávamos no sereno, deitados na grama, observando as estrelas no céu.

-         Sabe o que é mais engraçado? – disse José com os olhos iluminados – Você me fez crescer, fez de mim uma pessoa melhor.
-         Você promete nunca me abandonar? Não suportaria te ter longe de mim - dei-lhe um abraço rápido.
-         Prometo.E se um dia nos separarmos olhe para o céu e fixe seus olhos exatamente na estrela mais brilhante. Com certeza eu estarei olhando para ela no mesmo instante e dessa forma, mesmo a dor da distância não poderá nos separar, pois o coração diz tudo e o olhar, se tornará o mais doce encontro dos nossos corações apaixonados.
-         Porque você está dizendo isso? – senti uma onda gigantesca de horror - Você sabe de alguma coisa que eu não sei? Está escondendo algo de mim?
-         Nilza, o que vou te dizer é muito importante, mas quero que saiba que isso não mudará nada sobre o que sinto por você.

Já não pude agüentar, e no mesmo instante sabia que algo de errado iria acontecer. Comecei a chorar e percebi que os olhos de José começavam a ficar úmidos também. Ele pegou minhas mãos e segurou o mais forte que pode.

-         Não chores por mim Nilza - os olhos dele eram de arrependimento - Eu não vou agüentar ver a pessoa que amo sofrendo.
-         Não chores por mim? - fiquei nervosa - Você só diz isso?
-         Eu ganhei uma bolsa de Medicina em Oxford, vou passar uns anos por lá, é só me esperar que daqui uns anos estarei de volta em seus braços e assim ficaremos juntos, para sempre.
-         Você promete que vai voltar pra me buscar? Eu posso confiar em você?
-         Prometo.Jamais te desapontaria - ele me abraçou.
-         Está bem.- disse esperançosa - Vou te esperar meu amor.

            Demos um beijo apaixonado. José me segurou bem forte, de tal forma que nunca mais iríamos nos soltar, naquele momento éramos apenas um. Na noite estrelada, ao ar livre e sob a grama molhada, fizemos amor.”

domingo, 31 de julho de 2011

Estrela: O Início

Dedicatória


Dedico este livro para a pessoa que mais amei nessa vida. À pessoa que me ensinou a andar, a falar, que me criou e que ensinou a me adaptar nesse mundo de desafios. Dedico a minha amada bisa, Isabel Engracia de Oliveira, que esteve ao meu lado até que a morte nos separou. Mas eu sei que está me esperando, pois temos muito que viver ainda e espero ansiosamente por um abraço seu. Eu te amo.




Agradecimentos


Ao longo da minha jornada, muitos acreditaram em que eu pudesse ter mudado, que poderia ser uma nova pessoa. Mas para desespero geral, informo que nunca mudei. Sempre fui a mesma pessoa de sempre, apenas tive medo de não me encaixar em perfeita sintonia com a sociedade.
Agradeço á todas aquelas pessoas que são especiais em minha vida e que com elas, posso ser a pessoa que sempre fui na qual não preciso mostrar uma personalidade diferente do que tento demonstrar á outras pessoas.
Portanto, agradeço a Ana Codo e Beatriz Codo por me mostrarem que a vida não é somente tentar ser o que todos são ou querem ser, pois o legal da vida é sermos nós mesmos e mostrarmos as nossas diferenças, o que de fato em uma sociedade é fundamental. E isso me ajudou muito para que esse livro fosse escrito.
Agradeço ao Matheus Passeri que leu cada capítulo deste livro e me ajudou a encontrar caminhos diferentes para que a história se tornasse completa.
Agradeço aos meus pais que no início não haviam acreditado que iria escrever e estavam certos de que era mais uma de minhas loucuras. Mas quando perceberam que estava falando sério, me deram o maior apoio e me incentivaram para não desistir.
E é claro, agradeço as minhas segundas mães. Minha madrinha Rosana e a minha avó Neucy que ficaram muito animadas com a história e me deram o total apoio para que a história fosse escrita na mais perfeita demonstração do mundo em que vivemos.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Estrela: Agressão, Verdadeiro Amor E Uma Realidade Racional



Olá queridos leitores! A partir de hoje postarei um capítulo por semana do livro que escrevi. Recapitulando, como já citado anteriormente, sou apaixonada por idosos. Então resolvi escrever um livro sobre o tema com o objetivo principal de englobar a ideia do Estatuto do Idoso.

Em Breve:


ESTRELA

 

Agressão, verdadeiro amor e uma realidade racional

A história se resume basicamente em 3 fases: A infância, vida adulta e velhice.
Nilza, mais conhecida como vovó Nina, conta a história de sua vida. A fase da infância conta a história do seu primeiro amor com José, um amor verdadeiro e o único em que ela realmente amou. A vida adulta é uma fase muito conturbada para essa senhora. Ela se casou com Miguel, um verdadeiro hipócrita, que jurou fazer de sua vida, um inferno. Já a fase da velhice se passa em dois tempos. Miguel é preso e Nilza fica desesperada ao saber que terá sua vida nas mãos de João, seu filho viciado em drogas.
Paixão e agressão. Agir com a razão ou com o coração?
Espero que essa história faça a todos se emocionarem e pensarem melhor sobre o que seria melhor para a sua vida.

 

 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Núcleo de Ação Social continua crescendo...

                                 
Certa vez, Eduardo Galeno citou a seguinte frase: "Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito que aprender com as outras pessoas."
É exatamente o que o NAS (Núcleo de Ação Social) do colégio Marupiara proporcionou ao longo do primeiro Semestre do ano de dois mil e onze. Conflitos, discussões e debates foram impostos sobre o Núcleo levando em conta o questionamento da verdadeira identidade do projeto. E é exatamente agora, de uma forma simples e cautelosa que explicamos a todos os pais, alunos e profissionais do Colégio o seu verdadeiro significado: O NAS é amor, é carinho, é a esperança de um mundo melhor. Não é melhor e nem pior do que o seu, do que o meu, do que os nossos projetos. É a construção da dignidade humana, é a união proporcionada com tanto carinho e dedicação dos voluntários. O NAS é apenas um. Sou eu, é você, somos todos nós.
É com muita alegria que hoje, dia trinta de junho de dois mil e onze, comunicamos e agradecemos á todos os que ajudaram, já que conseguimos o dinheiro necessário e a cadeira de rodas do Cosmo foi entregue a ele no dia vinte e nove de junho, por professores e alunos que representaram o nome do nosso colégio.
Apesar de não poder falar, Cosmo expressava a emoção em seu olhar e principalmente, em seu sorriso que enfeitava seu rosto e dava um novo brilho a sua expressão de felicidade.
A Senhora Lurdes, mãe de Cosmo, estava visivelmente aliviada e humildemente nos contou todas as dificuldades que passava com a antiga cadeira de rodas, mostrando a melhora e a diferença que a nova cadeira irá proporcionar na vida da família.
Mas este não é o fim, pois a batalha continua e Cosmo ainda precisa de ajuda para superar diversos obstáculos e conquistar um maior espaço na sociedade em vivemos. Graças á todos nós, alunos do Colégio Marupiara, um destes obstáculos já foram superados e com certeza o ajudaremos cada vez mais.
A diferença entre o possível e o impossível está na vontade das pessoas, e nós queremos muito mais... Muito mais solidariedade no mundo em que vivemos.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Lógica do Homem Moderno

                                     
Desde os últimos tempos, nós, homens modernos, estamos presos à engrenagem da vida econômica. Uma vez que somente nos importamos com a produção e o lucro de nossos capitais, acabamos conhecidos como os homens que entraram em crise com a nossa própria alma, aquela alma obscura que já não nos pertence mais.
Até meados do século XIX, a idéia da produção estava relacionada com as necessidades básicas dos nobres e trabalhadores. Produzia-se para viver, e isso bastava.
Atualmente houve diversas mudanças e os valores econômicos passaram a apresentar maior importância para o aumento de capital e para o bolso de investidores.
Nós tomamos o lugar de Deus e passamos a ser o Criador, mais especificadamente, o centro do universo. Passamos a criar, a produzir, a inventar e investir o nosso capital na ciência moderna.
A velocidade e a produção dos bens de consumo nos últimos duzentos anos, causou uma gigantesca mudança no pensamento e conseqüentemente, na vida do ser humano.
Esta mudança causou eternas revoluções, já que surgiram novas idéias como as máquinas que substituíram a mão de obra humana e aos poucos foi se tornando o verdadeiro homem moderno. Nós somos máquinas programadas e escravas das nossas próprias criações.
Nós, incrédulos seres humanos, esquecemos que todos somos iguais e perdemos a consciência de que nascemos para usufruir a natureza e tornamos verdadeiros canibais naturalísticos, destruindo aquilo que nos ajudou a ser o que somos hoje. Mas, o que somos?  Não somos absolutamente nada. Somos apenas mais um número brigando e competindo para ver quem pode mais. A sociedade, aos poucos vem se suicidando, pelo simples fato de que essa contemporaneidade se tornou responsável pelo surgimento de novas doenças como, por exemplo, a depressão, o mal-estar e síndromes jamais vistas, tudo porque nós colocamos o lucro em primeiro lugar e não mais as nossas necessidades básicas.
Precisamos de mais, de muito mais. Nunca ficaremos satisfeitos com aquilo que nos tornamos. Fomos alienados e torturados por todos que estão em nossa volta e hoje, somos inimigos de nós mesmos.
Olhemos em nossa volta, incrédulos seres humanos, e vejamos se essa lógica moderna realmente trouxe um ponto positivo para a união das espécies. Nos tornamos pessoas distanciadas do mundo real. Fechemos os olhos e percebamos que já não estamos aqui.
Fomos inseridos no mundo virtual já não criados por macacos e sim por robôs automaticamente programados para a destruição.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sótão - Meio Ambiente / Driw- Introduction

Olá leitores! Hoje postarei mais um dos episódios do canal Sótão!
Para aqueles que não sabem, no dia 5 de Junho foi comomorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, o @ entrou no clima e postou um vídeo para  auxiliar na conscientização do meio ambiente. 

                                    
                              


Novidades no Blog! - Free Step.

A partir de hoje, postarei os vídeos do canal do @ aqui no blog.
Espero que gostem do primeiro vídeo!
    
                   
                           

domingo, 5 de junho de 2011

Concurso de Redação

Olá leitores! Hoje postarei uma carta que fiz para o Concurso de Redação do Colégio Marupiara. O resultado do concurso sairá do dia 17 de Junho e a premiação será no dia 18 de Junho, na Festa Junina do Colégio. Espero que gostem, e boa sorte para meus queridos amigos Arissa Baeça, Bárbara Costabile e Pablo Ledesma que também estão concorrendo na mesma categoria.


São Paulo, 31 de abril de 2011.

Aos prezados senhores da Federação das Associações de Províncias do Japão;

Confirmando as nossas informações telefônicas, eu, Rita de Cássia Leonel Moura, aluna e representante do núcleo de Ação Social do Colégio Marupiara, venho informar a todos os familiares e vítimas da catástrofe ocorrida no Japão no último mês, que nós, alunos, pais e professores, prestaremos um ato de solidariedade frente as nossas visões para com o desastre natural ocorrido. 
  Foram meses de preocupação e desespero. Venho lhes informar que familiares e amigos brasileiros buscaram ansiosamente uma resposta sobre os graves problemas causados pelos terremotos seguidos do tsunami que devastaram grande parte do nordeste de seu país.
 Ao descobrirmos que o terremoto passou de 8,9 graus na escala Richter e provocou cerca de cinco mil mortes, deixando milhares de desabrigados, realizamos uma reunião e nós alunos juntamente com o corpo docente do colégio, decidimos organizar um evento sem o caráter festivo, porém solidário, com a finalidade de unirmos centenas de pessoas focadas em um único e simples objetivo: Arrecadar dinheiro para ajudarmos os desabrigados na tragédia ocorrida. Podem representar apenas mais um dos pequenos atos solidário feitos por uma nação, mas apesar da quantidade que será arrecadada, mostraremos um momento único de compaixão, promovendo a paz no nosso “pequeno grande” mundo.
 Ao longo do evento estarão envolvidas diversas atrações como vendas de artesanatos feitos com sucatas (oshiboris feitos de garrafas, cortinas confeccionadas com tsurus e garrafas PET derretidas, caixa de chocolates feitos com caixa de leite e sucos, entre outras...). Na ocasião, também mostraremos a cultura japonesa através de danças típicas, levando à mente e aos corações de cada cidadão brasileiro um momento de descontração, união e esperança de um mundo melhor, uma vez que os verdadeiros vencedores na vida são pessoas que olham para cada situação com a esperança de poder resolvê-la ou melhorá-la.
 Considerando não termos a possibilidade de enviarmos todo o dinheiro que conseguiremos ao final do evento, serão enviados cerca de 5% do total recebido à Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil. Apenas solicitamos uma carta com uma breve resposta. Juntos, abriremos novos horizontes, venceremos diversos obstáculos e perceberemos que somos um mundo feito de uma grande e única nação. A da esperança e solidariedade.
Agradecemos-lhes a atenção.

Cordialmente,
                                                                        
 Rita de Cássia Leonel Moura.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A Criação

Foi mais forte que o vento, mais rápido que um furacão, mais denso que a água, só não mais quente que o coração. O FOGO.
 Lá no alto do Monte Olímpio, avistei uma comemoração, eram deuses festejando as batalhas ganhas por seus irmãos.
 Os deuses eram poderosos, cada um com o seu poder, usavam a seus favores e contra os humanos, não havia quem deter.
 Zeus, o deus maior. Afrodite, a do coração. Ares, não dispensava uma batalha e Hades o do descontentamento. Este último temido por todos, pois levava os humanos para o mundo subterrâneo e lá cumpria a sua profecia. 
 Hera, protetora das mulheres. Poseidon, dos mares confusos. Eros da paixão. Deméter da colheita, Ártemis da caça e Apolo, o “garanhão”. Há quem diga que Afrodite roubara seu coração. Mas é apenas um mito, temos centenas de interpretações.
 Dionísio, o do vinho. Hermes, o protetor. Hefesto da metarlugia e Crono, o seu “dotô”. O tempo era comandado por este, que não tinha dó da criação. E por último, a bela Gaia, deusa do planeta. É a ela quem devemos dar satisfações dos atos cometidos por nós, incrédulos e ignorantes seres humanos.
 Mas foi no meio desta cultura politeísta que encontramos um “sabichão”, que queria ser um deus, mas não um deus qualquer e sim, o da criação. Está se recordando de alguém metido a besta igual a este ser? Está se recordando de algum importuno que há cada novo dia tenta ultrapassar os ensinamentos de nosso Senhor, o Todo Poderoso? Seu nome é Prometheu.
Prometheu nos ensinou a arte de fazer o fogo e comandar a criação, mas se esqueceu de deixar o manual de instruções. Como manter as nossas idéias e também os nossos ideais? O feitiço virou contra o feiticeiro. Fizemos do criador o nosso escravo e agora, somos escravos da nossa própria criação. Há quem diga que o tempo não existe, mas olhamos em nossa volta e vemos o tempo em condenação.
 São milhões de nós, estúpidos seres humanos, que passamos todos os dias estressados exibindo o nosso “status” pelas ruas, no trânsito, nos faróis, na computação, na comunicação pelos aparelhos telefônicos, na Arte realizada pela televisão.
 Para que sairmos de casa, já que dentro dela temos tudo o que precisamos?
 Somos feitos do descontentamento de seres humanos incansavelmente importunos, querendo chegar cada vez mais além das idéias de nosso Criador.
 Seria Prometheu o grande pecador?
 Pensamos que somos alguém, mas não somos exatamente nada. Apenas mais uma das frutas secas de uma árvore em pleno outono da estação.
 Olhem para trás e pensem em nossas gerações. O que vocês vêem? Eu vejo o meu reflexo. O que vocês vêem? Eu vejo aquele que me criou. O que vocês vêem? Eu vejo meus avós, bisavós, tataravôs. O que vocês vêem? Eu vejo que todos somos irmãos.
 Irmãos vejam o que criamos! Irmãos vejam a criação! Tem medo do que vê? Eu também tenho.
 Será inumano tratarmos este ser como pecador? Diga! Assuma!
 Eu pequei, você pecou, todos nós pecamos e que assim seja, Amém!
 Não queremos enxergar, mas temos vergonha daquilo que construímos? Não! Não tenha medo bicho corajoso! Não tenha medo, assuma que errou, assuma o que fez! Não apague a luz... Não quero estar presente quando isto acontecer, covarde animal!
 Só erra quem produz, mas só produz quem não tem medo de errar. Sabe o por quê?
Sempre hei de existir um Prometheu dentro de cada um de nós.
 

Rita de Cássia Leonel Moura

domingo, 22 de maio de 2011

Sótão - Iron Maiden

Olá leitor! Primeiramente desculpas por ter ficado tantos dias sem postar aqui no blog, pois ocorreram diversos problemas pessoais e também estava na época de fechamento de Trimestre no meu colégio.
Hoje, estou postando mais um episódio do canal "Sótão". Nesta nova aventura, @ leva a informação ao leitor sobre o Show do Iron Maiden.
A todos os roqueiros de plantão...  Espero que gostem!!!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Obra de Arte X Objeto Artístico

Olá leitor! Estou postando uma matéria que escrevi para o Jornal do Colégio Marupiara. A matéria fala sobre os museus que nós, alunos do terceiro ano do E.M visitanos no mês passado e discute a indiferença do homem frente à Arte. Espero que gostem. Boa leitura!

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Desde o início dos séculos, o homem cresce, aprende, tenta lidar com propostas e desafios. Mas existe um ponto característico em que nós, seres humanos não conseguimos interagir com perfeição: lidar com as nossas diferenças.
Esse é um problema muito discutido desde a Antiguidade até o mundo atual, já que vivemos diante de uma sociedade com grande diversidade cultural, política, econômica e étnica, e para essas diferenças não se chocarem, precisa-se de respeito incondicional e tolerância na sociedade e no mundo globalizado em que vivemos.
A interpretação do que realmente seja a Arte Contemporânea, faz parte da indiferença e do choque que a sociedade leva ao tentar enxergar algo tão diferente sendo considerado Arte.
A arte de linguagem contemporânea, como diz o crítico Alberto Beuttenmuller, “É aquela que traz as influências características da nossa época: são as performances, as ocupações de espaço, as instalações, as interferências e a arte virtual. Quase todas efêmeras e circunstanciais”. A Arte Contemporânea é um grande desafio, já que tenta “desconstruir” o ideal “Obra de Arte”( Por função artística se entende a representação de um símbolo, do belo) e mostra que a arte não é apenas uma pintura colocada em qualquer moldura e pendurada em uma parede. A arte vai além de tudo isso, ela mostra o “Objeto Artístico”( O objeto artístico se liberta de sua base, do pedestal, do paralelismo à parede, trabalha mais com o espaço como elemento da linguagem plástica) que tem como objetivo principal à interação do ser humano para com o objeto.
No dia treze de Abril de dois mil e onze, nós, alunos do 3º ano do Ensino Médio tivemos o compromisso de visitar o Museu da Casa Brasileira, uma casa com obras tradicionais voltadas para as obras Vitorianas, período do Arcadismo e fase em que o homem queria uma maior proximidade com a natureza, expressando suas emoções e seus sentimentos frente ao cenário. O Museu Expõe exemplares do mobiliário dos séculos XVII ao XXI, mas também abre espaço para mostras temporárias do que se produz na atualidade em objetos e design pelos quatro cantos do Brasil e do mundo.
No mesmo dia, visitamos mais dois museus com características bem diferentes do primeiro, o Mis e o Mube, ambos os museus mostram a Arte Contemporânea em suas exposições. A grande diferença foi que no Museu da Casa Brasileira, nós, alunos, tivemos que observar a Obra de Arte e compreende-la. Já nos museus Contemporâneos, foi o Objeto Artístico que interagiu conosco, colocando-nos de certa forma como parte da Arte, para que ela fosse realizada com sucesso. Entende-se que nós, seres humanos, fazemos parte da exposição, e absolutamente nada iria ocorrer caso não tivéssemos interagido com o Objeto e assim, colocando-o em prática e nos levando à reflexão.
Portas se abrindo na parede, palavras aparecendo em grãos de areia, vídeos que se movem com o simples toque do observador, um bosque que ao sentarmos, as sombras das árvores se retrocedem e apenas a sombra do nosso corpo permanece, operações matemáticas sendo realizadas enquanto nos movimentamos e luzes acendendo, apagando e piscando conforme um simples gesto realizado pelo espectador. Isso se chama Contemporâneo. E o Contemporâneo faz parte da nossa vida atual.
E agora o que não se cala é uma simples questão: Quando o homem vai deixar as suas diferenças de lado e compreender que a Arte pode ser representada de diversas formas?
O Contemporâneo é sim uma Arte. Aquela que vai além dos tempos, aquela que é temida, desafiada, e desconfiada por todos. Aquela que mostra que ser diferente é legal e que nem tudo o que é imposto pela a sociedade tem que ser ouvido. A Arte é você quem faz, é você que participa, é você quem constrói.  Ela representa o novo e é exatamente formada por diversas partes, sendo elas, o movimento, a estrutura e até a forma, mas o que mais importa é que uma dessas partes,é você.

Em nome de todos os alunos do terceiro ano do E.M, Rita de Cássia Leonel Moura- 3º Médio A. ( Agradecimentos à Arissa, Letícia, Fernanda, Bianca e Carlos Augusto- alunos do 3º ano que auxiliaram na revisão e nas idéias para que a matéria fosse completa. Agradecimentos também aos professores Amanda e Gustavo que explicaram sobre a Arte Contemporânea ao longo de suas aulas).

domingo, 24 de abril de 2011

Novidades no Blog: Sótão

Olá querido leitor! Novidades aqui no blog!!! A partir de hoje estarei postando vídeos do canal do @  , o Sótão. Este canal que está no ar a mais de um ano, já faz muito sucesso na internet e tem como objetivo principal levar a informação ao público de uma forma divertida. Espero que gostem.

 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Trabalho na Construção da Dignidade Humana

Olá! Hoje tive prova do ENEM no colégio e não foi nada fácil, muito cansativo, confesso.
Mas quando chegou a parte da redação fiquei super feliz! O tema era: “O Trabalho na Construção da Dignidade Humana”. E aqui está o resultado de tudo isso:
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A Grande Utopia

Pensar, argumentar, propor, assinar e colocar em prática. Uma pena não ser exatamente dessa forma.
Desde mil oitocentos e oitenta e oito, quando foi assinada a Lei áurea, acredita-se que a escravidão foi abolida. Uma grande ilusão para aqueles que acreditam nessa hipocrisia, já que nada passou de uma assinatura em um pedaço de papel.
Escravos foram explorados na época Colonial, eram vendidos e exportados nos navios negreiros, foram pisados, injustiçados e pelo visto, nada mudou até os dias atuais.
Somos influenciados pela mídia que nos mostra o mundo maravilhoso em que vivemos, o mundo de ilusões, um mundo que não existe. Somos escravos da sociedade atual, que na verdade, é cheia de diferenças sociais, levando em conta, apenas o capital que temos em nossas mãos.
Todos os dias nós vemos trabalhadores honestos que passam mais de doze horas se esforçando para conseguir dar algo de melhor para a sua família, ou talvez até uma simples pontada de esperança. Mas eles são pisados, humilhados e injustiçados no local de trabalho e quando chegam em casa, vemos um cenário de pobreza e desespero de uma família implorando por uma vida melhor.
Chega! Temos que mudar tudo isso e obrigar aos políticos que eles cumpram o que fora prometido em suas campanhas.
É tamanha a revolta de ver o Brasil ser considerado a quinta maior potência econômica mundial enquanto vivemos na miséria e escravos de nós mesmos, é muita contradição!
Vamos evoluir e dar esperança ao nosso país! Se não mudarmos, acabaremos igual na Idade Média, seremos trabalhadores escravos sem o direito de falar o que pensamos e não podendo mostrar a nossa posição frente a decisões.
Quem não luta pelos seus direitos, não pensa. E quem não pensa, será para sempre um servo.

Rita de Cássia Leonel Moura.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eu sei, mas não devia...

 Olá leitor! Estou postando um texto que fiz para o colégio e ele tem como personagem principal uma adolescente que não entende o por que do uso da gramática ser considerado indispensável na sociedade em que vivemos. Espero que gostem do texto, pois ele relata a dificuldade de compreensão de um adolescente e a obrigação de aprender algo. Ps: Não inspirei em mim para a construção do personagem e sim em todas as pessoas dessa faixa etária. Ps 2: A linguagem é informal e espero que não entendam errado a minha posição frente ao texto. Eu, por exemplo, admiro a gramática como muitos e como poderá ser percebido ao longo da leitura, mostro uma contradição, já que, apesar do personagem odiar a gramática, escrevi de certa forma, a dissertação correta gramaticalmente. Boa leitura!
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Eu sei que a gente considera o uso da gramática indispensável, mas não devia.
Aquele era um dia considerado “normal” em minha rotina: chato e entediante. Mas ouvi a tal da expressão “gramaticalmente correto” e de certa forma, comecei a pensar no assunto.
O que leva certas pessoas a discutirem em plena manhã de sábado o que seria correto gramaticalmente? Porra! É gramática!
Tenho que confessar a minha profunda depressão gramatical a você, querido leitor. Eu, que na época era uma criança de doze anos, estava naquele momento “aborrecente”, em que meu corpo e minha mente se desenvolviam... Aquela que era para ser a fase mais importante da minha vida e invés de estar brincando de Polly ou me maquiando, me encontrava obrigatoriamente sentada em uma carteira da sala de aula fazendo análises morfossintáticas. Porra! O que eu queria era brincar! Será que ninguém entendia isso?
Sinceramente, quem inventou o tal do “gramaticalmente correto” estava “politicamente equivocado”. Quem foi que disse que para escrever corretamente é preciso utilizar aquelas palavras monstruosas? Se você sabe apenas o básico, use e abuse delas, faça um bom proveito. Caso você não saiba, tente entendê-las, mas caso não entenda, nem tente enfrentar. Seja simples, prático e correto.
Por que a existência dos “porquê”, “porque”, “por quê?” E agora me pergunto: Por que tanto por quê?
Cheguei em casa, abri um livro e logo vi a Canção do Exílio: “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, por que um tem não tem acento e no outro o circunflexo se encontra lá?”.
O que eu realmente não compreendo são aquelas palavras aterrorizantes que enfeitam a beleza da nossa língua portuguesa. Há algumas semanas atrás, por exemplo, o professor do cursinho veio com a idéia de querer revisar as tais das figuras de linguagem. Aliteração, Anáfora, Antítese, Apóstrofe, Assíndeto, Catacrese, Comparação, Eco, Elipse, Eufemismo, Hipérbato, Hipérbole, Ironia, Metáfora, Metonímia... Quantos nomes de remédio! Senhor, me ajude!
Imagina você chegando na farmácia e pedindo: “Por favor, tem Hipérbato?” E o farmacêutico responde: “ Só temos o genérico, serve a Hipérbole?” Porra, mas que coisa complicada!
A pior parte da gramática são os “palavrões”: Pindamonhangaba, paralelepípedo, esquistossomose, inconstitucionalissimamente... Aqui vai um palavrão dedicado a você, querida gramática: Eutenhomedodevocêeunãogostodevocêenãoentendooporquedesertãocomplicadada!
Já que tudo o que escrevemos e pronunciamos é considerado gramática, podemos incluir os trava-línguas no meu conceito. Por qual motivo eu gostaria de saber se em um ninho de mafagafas, tinham sei lá quantos mafagafinhos, ou se esses mafagafinhos sabiam ou não mafagafar?
No fundo, eu sei o quanto o uso da gramática é importante na nossa vida. Mas, enquanto não achei um significado coerente para hiato, ditongo ou monossílabo, vou curtir o mundo virtual de um adolescente. Acho que ainda não caí na real, mas um dia isso vai mudar. Eu sei, mas não devia...

Rita de Cássia Leonel Moura.



domingo, 10 de abril de 2011

Olhar E Ser Visto: A visão de uma sociedade Romântica, Naturalista e Contemporânea

Já não existem dúvidas de que o MASP é considerado um dos mais importantes museus do Hemisfério Sul, simplesmente pelas suas exposições, seus abrangentes acervos e pela rica quantidade de obras ocidentais. O Museu de Arte de São Paulo tem como principal objetivo Incentivar, divulgar e amparar, por meio de seu alcance, as artes de um modo geral, principalmente as artes visuais, que visam o desenvolvimento cultural da sociedade brasileira.
No dia três de março de dois mil e onze, fui deslumbrar-me da maravilhosa exposição que estava ocorrendo no local: Olhar E Ser Visto. Como esperado, agradou-me por demais e com certeza mostrou-me o doce olhar de uma obra romântica, o azul nas obras revolucionárias francesas, os gigantes retratos do homem da casa e a perplexidade de entendimento de uma obra contemporânea.
Era tamanha a minha curiosidade sobre o acervo. Olhar E Ser Visto celebra a arte dos retratos e auto-retratos desde o século XVI até os dias atuais, mostrando as diferentes técnicas de pinturas que foram se inovando a cada século que passava. São cerca de cinqüenta retratos feitos por mestres da pintura na qual admiramos até os dias de hoje como, Rembrandt, Van Gogh, Goya, Portinari, Velázquez, Picasso, Modigliani, entre outros.
No começo, tudo parecia mais um ponto de interrogação, mas com a observação e explicação de alguns colegas, fui apreciando cada obra que passava por meu olhar interrogativo e atento aos detalhes. Como as obras da época da Revolução Francesa, por exemplo, que visa mostrar tons mais claros, a abundância do azul em suas telas, a natureza ao fundo e mulheres brancas com cabelos cacheados e grisalhos. Até então, o questionamento havia saído de minha mente confusa e a explicação estava frente aos meus olhos repletos de alegria e entendimento.
Garanto que foi um dia especial na minha vida, pois como dito anteriormente, mas não com as mesmas palavras, pude aprender a técnica de observação para uma maior compreensão sobre o mundo em que vivemos. Recomendo a todos, crianças, jovens, adultos e idosos leitores. A exposição que iniciou no dia vinte e um de julho de dois mil e nove não tem previsão de encerramento. Aposto que não vai perder essa grande oportunidade, principalmente aqueles que tem um grande interesse sobre a sociedade em que vivemos. O Masp que se encontra no centro econômico de São Paulo, está esperando pela visita de um amante das artes visuais.

Rita de Cássia Leonel Moura.























A exposição OLHAR E SER VISTO exibe retratos e auto-retratos do Acervo do MASP, entre eles O Escolar, de Van Gogh.

terça-feira, 29 de março de 2011

Capítulo 15 - Em busca da felicidade

Pela primeira vez, depois de muitos anos, acordei feliz. O sol estava brilhando, o céu estava limpo e as nuvens estavam se entrelaçando de tal forma que nem a pior coisa do mundo arruinaria essa bela manhã de sexta-feira.
Bentinho estava sentado na cabeceira da cama, me olhando. Ele parecia animado e pela sua face, já havia percebido que queria falar comigo.

-         Bom dia mamãe! – disse Bentinho.
-         Bom dia meu amor! – dei um abraço bem apertado.
-         Precisamos conversar – disse em um tom agradável e rápido.
-         Pode falar Bentinho – levantei a sobrancelha.
-         Eu conheci a mulher da minha vida. Eu a amo e quero ficar com ela para sempre. Estou apaixonado mamãe! – disse em voz baixa, cautelosa.
-         Ah, que bom meu filho. Estou muito feliz por você.
-         Então... Ela vai viajar para a Europa e vai passar uns anos por lá. Eu não posso nem pensar em perde-la. Deixe-me ir com ela mamãe, por favor – seus olhos estavam enfeitiçados.
-         Você tem certeza do que quer? Você a ama mesmo? – passei a mão pelo seu rosto.
-         Amo. Ela é tudo o que eu sempre quis – admitiu Bentinho.
-         Vá meu filho, vá ser feliz – levantei os olhos com ar de sofrimento.
-         Porque você está assim? Se quiser eu fico aqui, com você.
-         O que eu mais quero é que você seja feliz. Não perca essa oportunidade. Não deixe a pessoa que você ama partir.
-         É sério mãe?
-         Sim meu filho.
-         Eu te amo mãe.
-         Eu te amo Bentinho.


Não deixar Bentinho ir seria a maior burrice da minha vida. No mesmo instante em que meu filho pediu para ir com a menina que ama, me lembrei de José.
A nossa história era a mesma e quem sabe se eu tivesse largado tudo e ido junto com ele, a minha vida poderia ser melhor. Estaria ao seu lado nesse momento e seriamos felizes.
Bentinho vai ter a chance que eu não tive. Ele vai ser um homem feliz, ao lado de quem realmente ama.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vida corrompida: Você no amanhã


Olá querido leitor, hoje postarei uma matéria que fiz para o grupo de "Educomunicação" ( Jornal da Escola) do Colégio Marupiara. A matéria é sobre uma visita que nós, alunos do terceiro ano do Ensino Médio, fizemos ao Instituto "São Sebastião", juntamente à professora Cíntia, representante do Núcleo de Ação Social do colégio. Espero que gostem :)

  ...
A velhice é um processo pessoal, natural, indiscutível e inevitável para qualquer ser humano na evolução da vida. Nessa fase são visíveis as mudanças que ocorrem na vida de um idoso, sejam elas biológicas, fisiológicas ou psicológicas.
Já não existem dúvidas do quanto um idoso se sente sozinho, diferente e carente, como se o próprio mundo havia esquecido da sua existência.
Na última segunda-feira, quatorze de março de dois mil e onze, nós, alunos do terceiro ano e os alunos Priscila e Victor do segundo ano do Ensino Médio do colégio Marupiara, fomos ao instituto “São Sebastião” acompanhados pelos professores Cíntia e Mário, representantes do Núcleo Social e Educomunicação, respectivamente e Amanda, de língua portuguesa.
Fomos muito bem recebidos pelos profissionais e moradores da instituição. A felicidade era extrema nos olhos de cada idoso e também dos alunos que de fato, se emocionaram facilmente ao longo da visita.
A relação social foi baseada entre amor, carinho e dedicação dos alunos para com os idosos. Muitos de nós nos relacionamos, e outros não se sentiram à vontade de tentar fazer algum tipo de aproximação. Foi uma relação constante e conseguimos preencher um espaço no nosso coração que por muito tempo estava “hibernando”, mas acordou para a vida no momento em que chegamos no asilo e observamos os olhares carinhosos de cada idoso. Esse espaço é o da solidariedade com pessoas que necessitam de um ombro amigo, já que os únicos bens duráveis e sem preço, são o afeto e a solidariedade que se sentem pelas pessoas queridas.
Conversando com os idosos, descobrimos diversas curiosidades sobre a vida de cada um: Mishael, por exemplo, nos contou o quanto adora tocar violão, Isabel mostrou todas as suas bijuterias e disse o quanto ama se maquiar, e Maria que disse ser Corinthiana roxa... “Ninguém ama mais o Timão do que eu!” – disse empolgada.
Fizemos grandes amizades que serão levadas para sempre ao longo de nossas vidas e também dentro dos nossos corações.
Cuide bem dos seus pais, avós, bisavós e amigos idosos. Pois, eles merecem e com certeza são jóias raras e únicas que nunca deixarão de brilhar e iluminar o nosso caminho. Como Franz Kafka citou: “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”.

Em nome de todos os alunos do Ensino Médio e integrantes do núcleo de Ação Social do Colégio Marupiara, Rita de Cássia Leonel Moura – 3º ano A, Ensino Médio.

domingo, 27 de março de 2011

Capítulo 1 – Solidão

Está muito silêncio aqui. Acho até engraçado a vida monótona em que vivemos.
Chamo-me Nilza, mas todos me conhecem por vovó Nina. Pode me chamar assim, como preferir.
Estou beirando os 70 anos e pelo incrível que pareça minha história de vida não é tão amarga assim.
Aproveitei! Disso com certeza não posso reclamar. Aproveitei cada minuto da minha vida, ou grande parte dela.
É triste ficar aqui. Não me sinto livre como antes, me sinto solitária e todos os dias tento entender o porquê de estar neste lugar. Todos desamparados, sem família, menosprezados, muitos acabam até ficando loucos e dias ruins não é o que faltam para nós.
Confesso que a solidão é triste. Sinto uma profunda sensação de vazio dentro de mim, parece que está faltando algo para me completar, me fazer feliz. Pode ser a falta da minha família, ou um grande amor, quem sabe.
O que estou dizendo? Acho que estou ficando louca. Família não existe. A partir do momento que me deixaram aqui, sozinha, jurei nunca mais me lembrar deles.
O amor que dei para aquelas crianças é inimaginável. Mesmo não tendo muito dinheiro nem um bom lugar para morar, dei de tudo para meus filhos, nunca os deixei na mão, ensinei o abecedário, dei amor, carinho, e vejam só, hoje me trocaram pela vida material.
Neste momento, estou sentada em um banquinho de pedra, admirando as flores do jardim, as borboletas voando e os passarinhos cantando nessa bela manhã de sábado. Hoje é dia de visita e muitas crianças estão felizes, pulando nos colos de seus avôs. É incrível como um simples sorriso pode mudar o dia de uma pessoa para melhor. Às vezes me pego com as lágrimas escorrendo sob meu rosto, mas creio que um dia meus netinhos virão me visitar, irão dizer o quanto sentem minha falta e sorrirão pra mim, terminando em um forte abraço fraternal.
Não gosto muito de me socializar com as pessoas que vivem aqui comigo. Muitas nem vão entender o que estarei dizendo, outras são frias e algumas parecem que voltaram ao tempo e viraram crianças novamente.
A cada dia que passa, percebo que definitivamente o meu lugar não é aqui. Acho que foi o destino que me mandou para esse lugar. Já estava escrito, só pode ser isso. Não posso reclamar, pois se era para hoje estar aqui, tenho que aguentar e aceitar que minha vida foi traçada dessa maneira.
Cruel solidão! Ela vai me pegando aos poucos, vai me conduzindo e logo menos me prende junto a ela. Não gosto disso, ás vezes é bom ficarmos sozinhos, mas vivermos constantemente esse momento não dá, pois a solidão é um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adota-la como morada. E lembre-se acima de tudo: “A solidão é impossível, e a sociedade, é fatal”.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vida Corrompida: Morrendo, Renascendo, Recomeçando...

Paro. Penso. Respiro. Suspiro, suspiro, suspiro...
Já parou para pensar no quanto é ruim se sentir sozinha e sem ninguém ao seu lado? Como se o mundo nem se quer lembrasse da sua existência? É assim que eu me sinto.
Meu nome é Alice, tenho noventa e oito anos, moro neste asilo há dez e já fazem cinco que não ando mais. Preciso de ajuda.
Por um tempo acreditei estar curada, mas esta doença está acabando comigo a cada dia que passa e agora, sou uma velha sozinha, desorientada, deitada nessa cama e sem um ombro amigo para poder desabafar.
Minhas lembranças, com o tempo já se foram, já não me resta nada, apenas o medo que se passa pela minha mente confusa.
Sinto medo dos seus passos, sinto medo do seu abraço, sinto medo do seu sorriso que se corrói por dentro dos meus olhos. E na verdade, não sei se ele é verdadeiro.
Medo da minha vida, da sociedade corrompida e da morte me chamando timidamente para um lugar melhor.
Dos pássaros voando, das flores se abrindo, do sol se revelando e dos pingos de chuva que estão caindo.
Sinto medo da pessoa que sou, da pessoa que você se tornou e da sociedade que nem se lembra mais de mim.
Estou morrendo a cada milésimo de segundo. É como se fosse nascer novamente e tentar um grande recomeço... Pobre recomeço! Depois de cinco minutos, morri novamente.
Recomeçar para mim, já não faz sentido. Sinto-me com a ingenuidade de uma criança, doce e esperançosa. A quem estou querendo enganar? Já não sou criança e a minha ingenuidade se perdeu junto ás minhas lembranças.
Estou com medo, estou em pânico, estou suando, estou morrendo, estou morrendo, e-s-t-o-u  m-o-r-r-e-n-d-o... Estou morr...
Mas antes do esperado acontecer, preciso lhe contar: "O medo derrota mais pessoas que qualquer coisa no mundo". Pois é leitor amigo, terei que enfrentar...


Rita de Cássia Leonel Moura.

sábado, 12 de março de 2011

Poema do Idoso



Se meu andar é hesitante
e minhas mãos trêmulas, ampare-me.
Se minha audição não é boa, e tenho de me
esforçar para ouvir o que você
está dizendo, procure entender-me.
Se minha visão é imperfeita
e o meu entendimento escasso,
ajude-me com paciência.
Se minha mão treme e derrubo comida
na mesa ou no chão, por favor,
não se irrite, tentei fazer o que pude.
Se você me encontrar na rua,
não faça de conta que não me viu.
Pare para conversar comigo. Sinto-me só.
Se você, na sua sensibilidade,
me ver triste e só, simplesmente partilhe comigo um sorriso e seja solidário.
Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num
só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.
Se estou doente e sendo um peso, não me abandone.
Se estou com medo da morte e tento negá-la,
por favor, ajude-me na preparação para o adeus.


(Autor desconhecido)


sexta-feira, 4 de março de 2011

O Velho na ambulância. (Di-Parte VI)

Olá queridos amigos, estou postando uma parte do livro que meu amigo escreveu. Espero que gostem.

[...]

Numa tarde qualquer da semana encontrei um senhor de idade, amigo meu, ele era casado e me contou algumas histórias sobre seus amores. Não me lembro dos detalhes, mas disse-me que quando jovem conheceu o que seria o amor de sua vida, porém ela se casou com outro rapaz, e nos dias, meses e anos seguintes ele acabou se casando com uma garota que ele namorava faz tempo.
Em seus dias de casado, nunca havia traído sua esposa.
Certo dia em uma de suas viagens de negócios encontrou ao acaso outra garota. Ela se insinuava. Ele a convidou para ir à praia. Ela aceitou. Um bate e volta, iriam naquela hora e eles voltariam à tarde, ela sabia que ele era casado.
Ele disse que foi um dia perfeito e com ela teve o melhor sexo de sua vida. Depois daquele dia nunca mais a viu. E depois de trinta anos ainda lembrava-se do nome dela e se perguntava como seria se os dois ficassem juntos.
Com o tempo esse senhor ficou doente, e não podia se movimentar. Teve um derrame. Sua esposa era fanática por limpeza, daquelas que vivem para manter a casa em ordem.
Em seus últimos dias de vida viveu num quarto do segundo andar da casa isolado do mundo. Sua esposa preferia a casa em ordem a ele dormindo na sala, no andar térreo da casa.
Lembro do último dia que o vi, a ambulância os vizinhos ajudando, havia sofrido muito, ele em lágrimas chamou meu nome e disse: - Gabriel, não case! Não case.

Gabriel Chiesi

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Amarga Lembrança

Olá amigos! Hoje estou postando um texto que fiz para o colégio. Ele é um conto de uma senhora que sofre Mal de Alzheimer e conversa com o leitor nos seus últimos minutos de vida.  


 Amarga lembrança...


  Quando nada mais importa, descobrimos o valor que damos a cada coisa, o sentido exato daquela caixa de música ou da lembrança mais remota da infância, que teima em voltar cada vez mais nítida.
  A quem estou enganando? Sendo sincera, estou perdendo os meus pensamentos e já não consigo me lembrar. Aquela caixa me trás uma lembrança, acho que da minha infância, mas qual será?
  Paro e penso. Penso e paro. Passado, presente e futuro. Passado, passado, passado... Lembranças do passado, de algum possível passado e sendo mais recíproca, de um passado que não me lembro.
  Lembranças vão e vem, lembranças aparecem, lembranças desaparecem. Opa! Já não me lembro mais.
  Acho que é oitenta... Não! É setenta, ou será sessenta e sete?
  Qual idade tenho? Qual o nome desta doença? Tenho filhos? Tenho irmãos? Eu tenho alguém? Aliás, do que eu estava falando? Ei, leitor, não desista de mim, eu só tenho à você. Não vá embora. Não pare de ler... Espera, quem é você?
  Penso, penso, penso... Me lembrei! Rapidamente uma brusca imagem de dentro da caixinha de música surge em meus pensamentos. Sou jovem, estou brincando no parque e... O que foi? Por que está me olhando assim? O que eu estava falando?
 Estou em um quarto branco, sem nada e sem ninguém. Estou deitada e já não tenho forças para me mover.  Preciso de ajuda. Será esse o fim? Espera! Quem é você? Por que está me olhando dessa forma? Ah, como estou sendo grosseira, me desculpe... Prazer, Nilza! Não! É Magali. Ou será Joana? Já não me lembro mais.
  Veja as minhas mãos, todas enrrugadas. Veja os meus pés, todos inchados. Veja meu cabelo, todo branco... Como minha pele ficou tão flácida? Como essas rugas foram aparecer em meu rosto? Essa sou eu? Sou uma velha e não tenho a ninguém.
  Penso, penso, penso... Ah sim! Sou jovem... O que? Quem é você? O que está fazendo aqui? Já não me lembro mais...
  Respiro, suspiro e com muita dificuldade tento me virar. Não consigo.
  Penso, penso, penso... Me lembrei! Sou, sou, sou...
  Meu peito, com muita dificuldade, está pulsando e a minha respiração se enfraquecendo... É o fim! Já não respiro mais, já não me movimento mais. Estou endurecendo e minha alma já se foi... A música da caixinha se acabou e infelizamente, já não me lembro mais...


Rita de Cássia Leonel Moura.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Capítulo 21- A carta

Olá queridos! Estou postando mais uma parte do livro que escrevi. Espero que gostem.

[ ... ]

Abri o guarda roupa e me deparei com uma pequena caixa de papelão escondida ao fundo e para minha surpresa, uma carta amarelada pelo tempo se encontrava dentro dela.


Londres, 22 de novembro de 1980.

                          Querida Nilza,

Não fique surpresa, você deve estar achando estranho receber esta carta, já que faz anos em que não dou notícias. Mas de repente me deu uma vontade louca em te confessar o quanto eu te amo e o quanto seria bom estar ao seu lado nesse momento.
Sinto sempre uma grande saudade de você, dos seus beijos, do seu abraço e do seu carinho. Mas me conforto só em pensar que daqui alguns meses estarei em seus braços, te amando novamente.
Da mesma forma em que te respeitei, espero que esteja me esperando e que não tenhas se envolvido com ninguém, pois não suportaria em ver a pessoa que amo, encostando-se aos lábios de outra pessoa a não ser aos meus.
O semestre está acabando, e mesmo sabendo que logo estarei ao seu lado, as horas são lentas e fico aflito só de sentir a sua ausência, e as batidas do meu coração vão desacelerando conforme a saudade aumenta. Eu estou morrendo meu amor, estou morrendo de paixão por ti.
Querida, não queira saber a tristeza que sinto nestes anos em que estamos longe, quase não suporto a dor. Sinto que o meu amor por você é verdadeiro e amor verdadeiro vai longe, até o resto de nossas vidas. É muito difícil suportar a distância que nos separa, me sinto um louco apaixonado, bitolado e de extrema ansiedade á espera do seu grande amor.
Um amor como o nosso baseado na confiança, no respeito mútuo, na amizade e no carinho, tem de tudo pra dar certo e continuar vivo por muitos anos, é um amor sem fim.
Enquanto o tempo brinca comigo, resolvo dar o troco á ele também. Passo as horas escrevendo á ti meu amor. Todas as lágrimas que derramo e toda a saudade que sinto, sai da minha alma e vai para o papel no momento em que escrevo á você. São as mais belas e sinceras palavras de um jovem apaixonado e ansioso pela espera prolongada de um beijo seu.

                                                                                                               Com amor, José.

Deitei-me sob o chão gelado e só me restava chorar. José não havia se esquecido de mim, ele escrevera para demonstrar o seu grande amor. Sou uma grande idiota. Miguel provavelmente escondera a carta e me deixara sem notícias, fazendo-me esquecer, de certa forma, do único em que realmente amei. Estava certa de que faria de tudo para ter o homem que amo em meus braços novamente.