quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Capítulo 21- A carta

Olá queridos! Estou postando mais uma parte do livro que escrevi. Espero que gostem.

[ ... ]

Abri o guarda roupa e me deparei com uma pequena caixa de papelão escondida ao fundo e para minha surpresa, uma carta amarelada pelo tempo se encontrava dentro dela.


Londres, 22 de novembro de 1980.

                          Querida Nilza,

Não fique surpresa, você deve estar achando estranho receber esta carta, já que faz anos em que não dou notícias. Mas de repente me deu uma vontade louca em te confessar o quanto eu te amo e o quanto seria bom estar ao seu lado nesse momento.
Sinto sempre uma grande saudade de você, dos seus beijos, do seu abraço e do seu carinho. Mas me conforto só em pensar que daqui alguns meses estarei em seus braços, te amando novamente.
Da mesma forma em que te respeitei, espero que esteja me esperando e que não tenhas se envolvido com ninguém, pois não suportaria em ver a pessoa que amo, encostando-se aos lábios de outra pessoa a não ser aos meus.
O semestre está acabando, e mesmo sabendo que logo estarei ao seu lado, as horas são lentas e fico aflito só de sentir a sua ausência, e as batidas do meu coração vão desacelerando conforme a saudade aumenta. Eu estou morrendo meu amor, estou morrendo de paixão por ti.
Querida, não queira saber a tristeza que sinto nestes anos em que estamos longe, quase não suporto a dor. Sinto que o meu amor por você é verdadeiro e amor verdadeiro vai longe, até o resto de nossas vidas. É muito difícil suportar a distância que nos separa, me sinto um louco apaixonado, bitolado e de extrema ansiedade á espera do seu grande amor.
Um amor como o nosso baseado na confiança, no respeito mútuo, na amizade e no carinho, tem de tudo pra dar certo e continuar vivo por muitos anos, é um amor sem fim.
Enquanto o tempo brinca comigo, resolvo dar o troco á ele também. Passo as horas escrevendo á ti meu amor. Todas as lágrimas que derramo e toda a saudade que sinto, sai da minha alma e vai para o papel no momento em que escrevo á você. São as mais belas e sinceras palavras de um jovem apaixonado e ansioso pela espera prolongada de um beijo seu.

                                                                                                               Com amor, José.

Deitei-me sob o chão gelado e só me restava chorar. José não havia se esquecido de mim, ele escrevera para demonstrar o seu grande amor. Sou uma grande idiota. Miguel provavelmente escondera a carta e me deixara sem notícias, fazendo-me esquecer, de certa forma, do único em que realmente amei. Estava certa de que faria de tudo para ter o homem que amo em meus braços novamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário